Este texto serve acima de tudo para informar quem teria a mesma infelicidade que a minha e também evitar a compra de material roubado. Não comprem uma CBR 1000 RR preta de 2006, matriculada 80 – CB – 84, à venda neste momento no stand Vitauto, em Esposende…. Mota roubada e maquilhada!
Pois é, depois de 6 anos após o roubo da minha CBR 1000 RR, encontrei-a. Andava a procura de umas peças no OLX quando, de repente, dou com uma foto de uma mota muito parecida com a que me roubaram: Uma CBR 1000 RR preta de 2006. O anúncio foi entretanto retirado… Ao princípio hesitei se era a minha ou não, pois tinha algumas peças diferentes, mas quando abri as fotos em ponto maior, as dúvidas desapareceram e o meu sangue ferveu.
Ao contrário da opinião de alguns elementos da GNR, tinha a certeza que era a minha mota e já vos digo porquê… mas gostava de ouvir a vossa opinião:
O primeiro elemento que me chamou à atenção foi os cogumelos/patins. Uns modelos especiais da TOPBLOCK que só se arranja em França e que tinha comprado em Paris. Nunca vi estes em Portugal. Mas a lista de extras iguais aos que eu tinha não pára por aqui. Ora vejam e digam da vossa justiça (Alguns elementos da GNR e do stand disseram que podia ser coincidência….):
- Cogumelos TOP block - Tampas de espelhos da rizoma (iguais aos meus) - Reservatório do óleo dos travões da frente (igual ao meu). O meu vinha com um defeito na curvatura do tubo… e claro, lá estava. - Manetes curtas com afinador dourado da Pazzo. (iguais aos meus) - Mínimo em luz branca - Suportes do cavalete traseiros (iguais aos meus) - Farolim traseiro (igual aos meus) - Protecção do depósito (igual aos meus) - Remoção da chapa anti calor da curva do escape. - Ainda estava com os Bridgestone BT016 a frente e atrás, que são os que uso. - A mota ainda tinha uns riscos na carenagens traseira iguais aos que tinha feito.
De diferente, a mota tinha agora uma tampa no banco de pendura e um escape de origem ao qual faltava metade das peças.
Bem, saltei logo da cadeira. Fui à PSP…. Não é com eles… Fui ao DIAP, onde havia o meu processo, nada… Pelos vistos é com a GNR. Aconselharam-me a ir ao stand, eu e outra pessoa. Enquanto um via a mota ou outro, de fora, esperava confirmação para ligar à GNR de Esposende.
Liguei ao meu pai e fomos a caminho de Esponsende. Entretanto, por “pesquisas” na net, já tinha associado o anúncio ao stand de Vitauto. Sem endereço, pesquisei no google por voz… engraçado que o primeiro resultado que me apareceu na pesquisa dizia “ Como roubar motas?”… Revelador… No entanto, impossível de arranjar um endereço, o do anúncio não existia em Esposende… mas continuámos na mesma.
À saída da A29 para Esposende, parei nas bombas e entrei no primeiro stand auto que vi. Por sorte, indicaram-me logo onde era o stand Vitauto, não sem deixar uma boquita sobre o tipo de negócio que lá se faziam. Ficava logo ali perto.
Mal cheguei lá, vi a mota na montra. Não deixava dúvidas. O stand estava fechado, mas liguei para o nº na porta e o vendedor atendeu-me e disse que demorava 10 min. Também ligámos à GNR. Chega o vendedor e posteriormente o dono do stand. Eu a fazer-me passar por comprador e a inquerir… - A mota tinha sido adquirida na troca de carros com outro stand (EDU MOTORS em Gaia …. Mas já lá vamos). No entanto o livrete ainda estava no nome de uma senhora Paula ######). - A mota estava com alguns km’s mais do que quando me foi roubada. - Estava bastante mal tratada e sofreu umas quedas. - O vendedor não tinha nenhum do material de origem (piscas, espelhos, suportes de matrícula, etc…) …pois claro… - Nenhum manual de manutenção …. - Não tinha chave suplente …. Pois claro. Mas até me propôs uma “num instante” com reprogramação à centralina… - Não dava nenhuma garantia… ou que por lei, hoje, é obrigatório.
A GNR nunca mais chegava. Pedi um test drive para empatar. À luz do dia, surgiram outras prvas mais reveladoras e mais graves. A minha mota tinha fitas nas jantes, mas essa não, mas à luz do dia o desenho das fitas surgiu já que limparam mal a cola.
Finalmente o esquema! Comparei o nº do quadro com o meu livrete e não batia …claro. Mas aqui está o pior da história: à meio do nº um “2” tinha sido grosseiramente transformado num “8” (pois… porque é fácil) e os outros números que não coincidiam eram os últimos, mas via-se perfeitamente que tinham sido regravados, já que a letra era maior que o resto e estava desfasado cerca de 1 mm para cima…. Isso não acontece na gravação de fábrica!!!!
Depois de mais de 1h de espera, chega a GNR, à quem apresentei tudo o que acabei de vos contar. Devo dizer mesmo assim que o dono do stand fui compreensível e tudo estava a correr normalmente, até que começou a palhaçada.
Primeiro peço desculpa, não quero ofender ninguém (que trabalhe na GNR), mas que diferença entre os novos e os velhos!!!!! Os agentes novos concordaram logo comigo e ao falar com eles, via-se que percebiam dos esquemas que há por aí de gravações de quadros, trocas de livretes, clonagens de veículos, revendas de canhões e chaves etc… enquanto que o chefe mais velho cismava em querer “fechar os olhos”.Depois, é a inércia das autoridades!! O chefe, além de tudo, prontificou-se logo em apreender a mota e até veio o reboque! Notificou o dono do stand e explicou todos os procedimentos. Garantiu até que na oficina, com uma máquina de “laser” conseguiriam ler o nº de quadro original da mota.
Nem acreditava que justiça ia acontecer em Portugal… É aí que chega o dono do stand EDUMOTORS (stand em frente ao Arrábida Shopping). Animal do seu aspecto tipicamente guna alimentado a esteróides, no seu audi A6 topo de gama escurrecido, acompanhado da sua bimbo. Eu, nada tinha contra ele, já que ele podia muito bem ser mais uma vítima neste processo (em 6 anos, a mota poude ter mudado muito de mãos). No entanto, nem tive tempo de dizer “ boa tarde” que ele veio logo a direção a mim a agredir-me verbalmente e ameaças físicas, naquela linguagem estereotipada do guna, tendo até que intervir a GNR, já que a coisa estava a ficar azeda. Vi logo que mais valia ignorada aquele macaco. É aí que meio disto tudo eles lançam a palavra mágica!!! ADVOGADO!!!
Aí vejo o chefe da patrulha da GNR a passar um tempão ao telefone e também a conversar longamente com os donos dos stands. Pouco depois, ele manda o reboque embora e chama-me a parte para me dizer que “ a GNR não dispõe de elementos suficientes que justifique a intervenção e a apreensão do veículo” !!!!!
BRAVO !!!!! Mais uma vez, ganha o ladrão… o nosso país é fantástico.
Voltei lá pouco depois, a mota já não está à vista na montra… Talvez lhe tenha perdido o rasto outra vez. Teoricamente, o stand tem que dar conhecimento GNR de qualquer destino que a mota tenha levado… mas nem nisso acredito…
Bem, o texto já vai longo… mas resumindo, só me resta interpor recursos em tribunais sem saber se vai dar nalguma coisa e sujeito a pagar as despesas, para talvez reaver a minha mota que em termos de valor, já não vale quase nada do jeito que está.
Ainda estou a ponderar.
Por isso pessoal, cuidem das vossas motas…
Ah… e não comprem essa mota (passem a palavra ;))
|